domingo, 17 de outubro de 2010

Cajuína

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

domingo, 10 de outubro de 2010

Despertar





Ancorou-se à beira da praia, os pés fincados firmemente. Olhava carinhosamente o ir e vir das águas doces, negras. O vento sussurrava em seus ouvidos. A lua acariciava seu cabelos. Sabia que algo estava por vir... a terra lhe revelava segredos.
Abriu os braços como a plainar em vôo livre. Sentia-se efêmera como os grãos de areia que ali pisava. Porém, de repente, tudo fez sentido.
Limpou os pés, arrumou os cabelos, voltou para casa. No dia seguinte, calçou os sapatos ainda sujos de areia da noite anterior... o incômodo é lembrança viva do que leva no peito... a luz da verdade, no fundo dos olhos.