sexta-feira, 10 de maio de 2013

Poeminha de pé quebrado





Andei por aí,
meio distraída
e era tudo culpa
desse teu olhar.
Me escondia,
tentando fingir,
mas era ouvir teu nome,
pra me condenar.
Sozinha no quarto,
eu me debatia:
-Ai, meu Deus,
que agonia!!
Nem reza braba
vai me salvar!
E, agora,
tá tudo acabado...
meu coração tá apaixonado
e só pensa em te amar.



domingo, 22 de abril de 2012

Janela





“Saiu correndo pelos campos, de braços abertos, livre, e voava... era vento ... e, de repente, evaporava e se fazia nuvem a chover pelos campos, entranhava as frestas, escorria pelas pedras e nadava velozmente pelo mar... abraçou a areia, ergueu-se e fincou os pés como raízes na terra crua e o sangue do mundo corria em suas veias... era sol, lua, fogo... era vida... era mundo... e o universo se expandia em uma inspiração sem fim... e tudo era lucidez...”
- Vamos, Laura, preste atenção! Deixe os sonhos fora da sala de aula, porque tens uma vida para viver. 

sábado, 5 de novembro de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Teu


Semeio flores com as cores do entardecer e as embrulho em nuvens para te dar. O vento canta as tuas músicas ao pé do ouvido, para que tu (e apenas tu) possas escutar. O mar baila sobre as areias da praia e tu sorris. As pedras se aconchegam a ti e o mundo é todo teu, respirando profundamente ao teu ritmo, pulsa a tua vida.
E as horas... essas, já não existem. 

terça-feira, 12 de abril de 2011

Secreto



Juntei silenciosamente as lágrimas do chão excessivamente limpo. Lá, elas não caberiam. E ainda não cabem em lugar algum. Trago-as comigo, no pranto silencioso que sangra no peito, no fundo dos olhos secos e nas pontas dos dedos frios.

domingo, 17 de outubro de 2010

Cajuína

Existirmos: a que será que se destina?
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

domingo, 10 de outubro de 2010

Despertar





Ancorou-se à beira da praia, os pés fincados firmemente. Olhava carinhosamente o ir e vir das águas doces, negras. O vento sussurrava em seus ouvidos. A lua acariciava seu cabelos. Sabia que algo estava por vir... a terra lhe revelava segredos.
Abriu os braços como a plainar em vôo livre. Sentia-se efêmera como os grãos de areia que ali pisava. Porém, de repente, tudo fez sentido.
Limpou os pés, arrumou os cabelos, voltou para casa. No dia seguinte, calçou os sapatos ainda sujos de areia da noite anterior... o incômodo é lembrança viva do que leva no peito... a luz da verdade, no fundo dos olhos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Apatia




Raspava o papel com as unhas, tentando desenterrar segredos não escritos, mas nada ali havia. Forçava a mente em busca de novas idéias, mas nada ali se revelava. Nenhum pensamento, o escuro permanecia escuro, a luz se estabilizara. Apatia. Deixara de viver a partir daquele instante. O mundo é imutável.


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Transcendência





Despediu-se. O mundo... não o veria mais com aqueles olhos.
Teceu em seu torno a própria tumba: Adeus!
Renascida: era borboleta.